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Desvendando a Narrativa da Maçonaria: A História Tradicional como Alegoria


Na tradição maçónica, a história desempenha um papel crucial, fornecendo um contexto e uma sensação de continuidade para a fraternidade.


No entanto, a análise de alguns Centros de Estudos e de Lojas de Investigação, destacam que essa história, muitas vezes apresentada como "tradicional", não deve ser interpretada literalmente, mas sim como uma alegoria.


Estes estudos lançam luz sobre a verdadeira natureza das narrativas maçónicas e como elas foram moldadas ao longo dos séculos. Vem isto a propósito da seguinte narrativa de James Anderson.


A Narrativa de James Anderson: "Desde o Começo do Mundo"


De acordo com as "Old Charges" e seguindo o exemplo de James Anderson, a narrativa maçónica descreve o desenvolvimento da fraternidade "desde o Começo do Mundo".


Nesse contexto, a maçonaria é retratada como uma instituição antiga que remonta a Adão, referido James Anderson como o "nosso primeiro ancestral".


Essa abordagem conferiu legitimidade e prestígio à Grande Loja de Londres, recém-criada, proporcionando uma aura e atração que as organizações mais recentes teriam dificuldades em alcançar.


A Natureza Alegórica da História Maçónica


No entanto, se fizermos uma análise crítica, tendo também sido destacado pelo pesquisador Bob Cooper, compreendemos que as "Histórias Tradicionais" maçónicas não foram originalmente concebidas para serem lidas de forma literal.


Essas narrativas foram construídas pelos antecessores da maçonaria com a intenção de criar passados alegóricos, evitando a construção de relatos históricos precisos.


Embora essas histórias fossem criadas com romantismo, acredita-se que os maçons da época compreendiam que não eram uma representação da verdade literal.


A Maçonaria como Uma Narrativa de Prestígio


A longevidade percebida da Maçonaria, representada nessas histórias alegóricas, conferiu prestígio à fraternidade numa sociedade profundamente enraizada em tradições.


No entanto, é importante notar que poucos maçons, se é que algum, na época, considerariam essas histórias como registos verdadeiros e literais desses eventos.


Para este Centro de Estudos Maçónicos Fernando Pessoa da Grande Loja Nacional Portuguesa, essas narrativas devem ser vistas como parte de uma tradição literária exagerada, destinada a dar à Maçonaria uma sensação de profundidade histórica.


Essa abordagem é notavelmente semelhante à adotada no século XVIII, quando uma nova e rival Grande Loja, conhecida como "Antigos," desafiou a Grande Loja, chamada de "Modernos," enfatizando a credibilidade dos Antigos como o corpo mais jovem, mais moderno, mais autêntico.


A história maçónica tradicional, que remonta a Adão e o "Começo do Mundo," para este Centro de Estudos Maçónicos Fernando Pessoa da Grande Loja Nacional Portuguesa, deve ser compreendida como uma alegoria literária destinada a fornecer à Maçonaria uma aura de prestígio e profundidade histórica, e não uma representação factual dos eventos.


Esta interpretação lança uma nova luz sobre a natureza da narrativa maçónica e destaca a importância do simbolismo na fraternidade.


Tal como habitualmente pensamos e propomos, na Maçonaria tudo é simbólico.


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