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Em defesa das crianças traficadas


Artigo de Opinião


É um retrato que devia envergonhar qualquer sociedade civilizada: crianças vendidas, traficadas, levadas como mercadoria através de Portugal para serem entregues a famílias na Europa que as transformam em mão de obra barata, servas domésticas, ou pior — vítimas de exploração sexual.


Tudo isto em pleno século XXI, com as instituições a assistir, muitas vezes de braços cruzados.


Não é ficção. É 2025. E está a acontecer aqui.


As redes de tráfico internacional já foram sinalizadas há mais de uma década.


Mas voltaram a dar sinais claros e públicos: em dois aeroportos portugueses, em apenas 10 dias. Crianças de Angola, Guiné, Congo ou Gana, desacompanhadas, com documentação duvidosa, transportadas com promessas de um futuro melhor, mas destinadas a uma realidade obscura, cruel e silenciosa.


Portugal não é apenas um ponto de passagem — é um elo de responsabilidade.


Porque onde há trânsito há conivência. Onde há repetição há falha. Onde há silêncio institucional há abandono. E quem mais sofre são os inocentes: crianças sem voz, sem proteção, sem rede.


O único centro de abrigo para crianças e jovens vítimas de tráfico está REPLETO. REPLETO. Releia-se esta palavra com o peso que ela carrega. Não é apenas um número. É a tradução da indiferença política, da ausência de investimento e da desvalorização do sofrimento infantil.


Entretanto, países como a França, Bélgica ou Suíça, que oferecem generosos apoios sociais por cada menor acolhido, tornaram-se o destino final de um negócio hediondo, alimentado por subsídios estatais que, em vez de protegerem, alimentam a exploração.


Basta.


Portugal precisa de assumir uma posição clara, dura e intransigente. Não podemos permitir que o nosso território seja usado como corredor da vergonha. Precisamos de:


  • Centros de acolhimento com capacidade real, meios humanos e técnicos qualificados;

  • Cooperação judicial mais eficaz entre Portugal e os países de destino;

  • Controlo reforçado nas fronteiras, especialmente com foco no tráfico de menores;

  • Programas específicos de formação para polícias, magistrados, técnicos da segurança social e autoridades locais;

  • E sobretudo, uma estratégia nacional com tolerância zero ao tráfico de seres humanos, com foco na infância.


Cada criança traficada é um fracasso do Estado, um atentado aos direitos humanos e uma ferida aberta na dignidade de todos nós.


Portugal não pode ser terra de passagem para redes de exploração. Portugal deve ser terra de proteção.


As crianças não são mercadoria. São o futuro. E cada uma delas merece ser defendida como se fosse nossa.


Centro de Estudos Maçónicos Fernando Pessoa

Em Defesa das Crianças: Portugal Não Pode Fechar os Olhos ao Tráfico Infantil
Em Defesa das Crianças: Portugal Não Pode Fechar os Olhos ao Tráfico Infantil

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